segunda-feira, 23 de julho de 2007

Santo André, 21 de Julho de 2007







Sábado, 21 de Julho de 2007 – 12ª Corrida Lagoa de Santo André

Ano do flamingo na Lagoa de Santo André


Foi um caminho longo e as primeiras impressões foram de desagrado, apesar da “inesperada” simpatia de elementos da organização. O vento soprava muito forte e varria em várias direcções, sobretudo do quadrante oeste, fazendo lembrar a nossa terra e antecipando uma segunda metade da prova bem difícil, quando enchemos o peito e encaramos o sol, a caminho do mar. Estas condições atmosféricas não permitiram apreciar convenientemente o cenário que a Lagoa de Santo André e a praia nos proporcionam, bem diferente da nossa península, mas também de uma grande beleza natural.

Um ambiente entre a competição e o veraneio proporciona um carácter singular à Corrida da Lagoa de Santo André, que vai já na 12ª edição e que é organizada pela Junta de Freguesia de Santo André. Mais de cinco centenas de atletas partiram e conviveram, às 19 horas, com o sol e o vento pelas costas, pela estrada acima, até ao cruzamento da N261, passando por Brescos.

O regresso, pelo mesmo caminho, trazia já o nosso amigo Manuel Ferraz, da Casa do Benfica de Faro, bem isolado na liderança, perseguido por Pedro Pessoa e Dário Garcias. O maratonista algarvio Manuel Ferraz seria o vencedor com o tempo de 27 minutos e 9 segundos. Mais atrás vinha o nosso Leandro Ribeiro, também isolado e concentrado na 40ª posição, aos cinco mil metros. Adoptando a táctica de começar em contenção e recuperar posições, comum às suas últimas participações, conquistou ainda cinco lugares até à meta, para ser o 10º Sénior e o 35º da geral, com o tempo de 32 minutos e 21 segundos. Entre as senhoras, a vencedora foi Paula Fernandes, da UR Dafundo que com o tempo de 36 minutos e 13 segundos obteve a 118ª posição.

Os outros companheiros registaram posições mais modestas. Francisco Santos foi o 28º Veterano III, cortando a meta 38 minutos e 14 segundos, após o tiro de partida, na 189ª posição. Bruno Loução foi o 309º na meta e o 52ª Sénior. José Henriques foi o 45º Veterano V e 424º da geral, na meta, seguido de João Monteiro que foi o 61º Veterano IV. Entretanto, ainda a prova decorria, o vento amainava tornando o final de tarde mais aprazível.

No saco a tradicional t-shirt e a medalha da Artibarro, oferecida pela Junta de Freguesia de Santo André e que representa, no barro, todos os anos, uma ave das espécies da avifauna da Lagoa. Este ano foi a vez do flamingo, uma ave pernalta de plumagem rosada.

Para o banho, no Parque de Campismo, duas alternativas: água quente e uma espera infinita, para um dos três chuveiros, ou, água fria, na rua. Para o jantar apenas uma alternativa, rumar a Sines e assentar arraiais no Restaurante Mexilhão. Peixe grelhado, por um quase septagenário e vinho branco para todos. Fizemos mais um amigo em terras alentejanas, que tem um passado atlético-aquático invejável.

A Lagoa de Santo André fica a 15 kms de Santiago do Cacém, sede do concelho e está classificada como Zona Húmida de Importância Internacional e Área Importante para Aves Europeias. Esta lagoa costeira é abundante em nutrientes minerais e orgânicos mas escasseia em oxigénio, tornando difícil a existência de vida animal nas suas águas. No entanto há vida nas suas margens e ao seu redor. A sua água é salobra e está separada do mar por uma faixa estreita de dunas. É constituída por um corpo central, com duas pequenas ilhotas e dois prolongamentos laterais, designados por línguas ou poços, como atestam a figura do diploma e a medalha de barro da primeira edição.